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Opinião com Luiz Fernando Alfredo - 08/11/2025

  • gazetadevarginhasi
  • hĆ” 7 horas
  • 2 min de leitura

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A era das tolices virais

Vivemos um tempo em que o efĆŖmero virou ā€œa bola da vezā€. As tolices, embaladas em vĆ­deos curtos, frases rasas e emoƧƵes instantĆ¢neas, percorrem o mundo Ć  velocidade de um clique. Enquanto isso, as ideias sĆ©rias, os debates profundos e os temas que realmente constroem legados jazem esquecidos, sufocados pelo barulho digital. A vida parece, de fato, uma ilusĆ£o bem produzida — um espetĆ”culo em que a maioria prefere o riso fĆ”cil Ć  reflexĆ£o necessĆ”ria.

Nunca foi tão simples parecer sÔbio e tão difícil ser profundo. As redes sociais transformaram o palco da razão em um carnaval permanente, onde cada um desfila sua vaidade em busca de curtidas, e não de sentido. A consequência é trÔgica: confundimos popularidade com relevância, barulho com importância, e esquecemos que o que viraliza hoje serÔ nada amanhã.

A sociedade moderna escolheu a distração como refĆŗgio. Pensar incomoda, exige esforƧo, confronto e responsabilidade. Ɖ mais confortĆ”vel rir de uma bobagem do que encarar a misĆ©ria moral, a desigualdade social, a corrupção ou a fragilidade humana. Preferimos o brilho rĆ”pido do entretenimento ao trabalho silencioso da construção de um legado.

Mas o tempo, implacĆ”vel, cobrarĆ” seu preƧo. As geraƧƵes futuras nĆ£o herdarĆ£o os ā€œmemesā€ (imitado) nem os ā€œtrendsā€ (tendĆŖncia), e sim o vazio de um perĆ­odo que trocou sabedoria por espetĆ”culo. Enquanto exaltamos o supĆ©rfluo, enterramos a grandeza.

Talvez ainda haja esperanƧa se resgatarmos o valor da palavra, do pensamento, do exemplo. Viver nĆ£o Ć© acumular aplausos — Ć© deixar marcas que o tempo nĆ£o apaga. Que possamos, enfim, despertar dessa ilusĆ£o coletiva e escolher o que realmente importa: a verdade, o carĆ”ter e o legado que resistem ao esquecimento digital.

Desde Sócrates, pensar significava incomodar — e quem pensa demais costuma ser rejeitado ao desorganizar o conforto mental dos outros.
Até o sistema educacional não consegue moldar pensadores e sim repetidores.
Ao longo da história, poucos ousaram pensar — e muitos copiaram o pensamento distorcido de outros. O erro foi se multiplicando, travestido de verdade.

SerÔ que estamos tão longe de Deus?
Fonte: Luiz Fernando Alfredo/Novembro/2025.

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Gazeta de Varginha

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