top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

Opinião com Luiz Fernando Alfredo - 25/12/2025

  • gazetadevarginhasi
  • hĆ” 6 minutos
  • 2 min de leitura
Por Luiz Fernando Alfredo
Por Luiz Fernando Alfredo

Natal: entre o sagrado, a lenda e o ruĆ­do do mundo


O Natal nasceu no silĆŖncio de uma manjedoura, nĆ£o no barulho das vitrines. Veio ao mundo sem holofotes, sem comĆ©rcio, sem pressa — apenas com fĆ©, humildade e promessa de redenção. Celebrava-se o Verbo que se fez carne, a esperanƧa que desceu Ć  terra. Hoje, porĆ©m, o que se vĆŖ Ć© um Natal coberto de embrulhos, mas muitas vezes vazio de contemplação.
No lugar do Menino-Deus, ergueu-se a figura folclórica do Papai Noel. Uma lenda de barba branca e riso fÔcil, criada para encantar crianças e que acabou transformada em símbolo do consumo. Ele não pede conversão, não fala de sacrifício, não confronta consciências; apenas entrega presentes. Troca-se o Cristo que salva pelo personagem que agrada, a cruz pelo trenó.
Ainda assim, algo de bom resiste. HĆ” um valor genuĆ­no no brilho dos olhos e no sorriso largo das crianƧas. A fantasia, quando inocente, emociona; lembra-nos da capacidade humana de sonhar, de crer no bem, de esperar algo melhor. Esse encanto, por si só, nĆ£o Ć© pecado — Ć© expressĆ£o de pureza e ternura.
O problema começa quando ninguém questiona as tradições. Quando ritos vazios são repetidos sem reflexão, o homem deixa de conduzi-los e passa a servi-los. O que deveria ser símbolo vira regra; o que era meio torna-se fim. Assim, aos poucos, tornamo-nos escravos de costumes que jÔ não compreendemos, mas obedecemos por hÔbito e medo de destoar.
O mesmo se repete nas demais datas e na virada do ano: ama-se por calendÔrio, promete-se por superstição, acredita-se que o tempo, sozinho, farÔ o trabalho que cabe à consciência. Mas o relógio não transforma a alma.
O verdadeiro Natal não estÔ em negar a alegria, nem em destruir símbolos, mas em recolocÔ-los no lugar certo. Com Cristo no centro, a tradição serve ao homem. Sem Ele, o homem acaba servindo à tradição.
E assim deveria ser! Pense Nele neste natal!

Gazeta de Varginha

bottom of page