Polícia Civil de Minas investiga sumiço de 220 armas sob custódia em delegacia de BH
gazetadevarginhasi
11 de nov.
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A Polícia Civil de Minas Gerais está no centro de uma grave crise institucional após a descoberta do desaparecimento de cerca de 220 armas de fogo que estavam sob a guarda da corporação. A investigação, conduzida pela Corregedoria da própria instituição, aponta para a 1ª Delegacia do Barreiro, em Belo Horizonte, como o possível epicentro de um esquema de desvio envolvendo servidores da unidade.
O caso veio à tona depois que um suspeito foi flagrado com uma arma que, segundo registros, já havia sido apreendida anteriormente e deveria estar sob custódia. A ocorrência, registrada em Contagem, acendeu o alerta. Ao rastrear a origem do armamento, os investigadores perceberam que ele pertencia ao acervo da delegacia do Barreiro, situada no bairro Jardinópolis. A partir daí, uma checagem mais ampla revelou o sumiço de outras dezenas de armas, elevando o número para aproximadamente 220 unidades desaparecidas.
Segundo a Polícia Civil, os armamentos são, em sua maioria, de baixo calibre e considerados obsoletos, mas o fato de estarem sendo reutilizados em crimes levanta sérias preocupações sobre a segurança no armazenamento e controle de apreensões. A Corregedoria já avançou nas investigações e trabalha com a hipótese de participação de servidores públicos no esquema de desvio.
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais apontou uma falha estrutural grave: a ausência das Centrais de Cadeia de Custódia — unidades previstas no Pacote Anticrime de 2019 e que deveriam centralizar o armazenamento de provas e materiais apreendidos pelas forças de segurança. Sem essas centrais, o risco de extravios e manipulação indevida de armas e evidências aumenta consideravelmente.
Apesar da gravidade do caso, nem a direção da Polícia Civil nem o governo de Minas se manifestaram sobre as críticas do sindicato ou sobre o andamento interno da apuração. Já o delegado-geral da corporação divulgou nota reafirmando o compromisso da instituição com a transparência e a apuração rigorosa dos fatos. O sumiço das armas da delegacia do Barreiro representa não só uma falha administrativa, mas também uma ameaça direta à segurança pública. O caso expõe vulnerabilidades no sistema de custódia da Polícia Civil e levanta questionamentos sobre possíveis omissões e conivência de servidores públicos. A sociedade agora aguarda respostas claras, punições exemplares e medidas urgentes para evitar que crimes como esse se repitam dentro das instituições que deveriam garantir a legalidade.
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