Trump pede que China quadriplique compras de soja dos EUA antes do fim de trégua tarifária

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu no domingo (10) que a China quadriplique suas compras de soja antes do prazo final da trégua tarifária vigente entre os dois países. O anúncio, feito no Truth Social, impulsionou o preço da soja na Bolsa de Chicago, que subiu 2,2%, chegando a US$ 10,09 por bushel na manhã desta segunda-feira (11).

Na publicação, Trump afirmou que a China estaria preocupada com escassez do grão e agradeceu antecipadamente ao presidente Xi Jinping. O contrato mais ativo de soja reagiu positivamente, mas especialistas duvidam da viabilidade da proposta.

A China, maior compradora mundial de soja, importou 105 milhões de toneladas em 2024, sendo cerca de um quarto dos EUA e a maior parte do Brasil. Atender ao pedido de Trump exigiria que Pequim importasse quase toda sua demanda anual dos Estados Unidos, algo considerado “altamente improvável” por analistas como Johnny Xiang, da AgRadar Consulting.

A trégua tarifária atual expira em 12 de agosto, mas o governo norte-americano sinaliza que pode estender o prazo. Não está claro se a ampliação das compras de soja é condição para essa extensão.

Segundo o acordo da Fase Um, assinado no primeiro mandato de Trump, a China se comprometeu a aumentar as compras de produtos agrícolas norte-americanos, mas não cumpriu totalmente as metas. Em 2025, Pequim ainda não comprou soja dos EUA para o quarto trimestre, gerando preocupações no setor agrícola americano.

Enquanto isso, fabricantes de ração chineses compraram cargas de farelo de soja da Argentina, buscando alternativas mais baratas e seguras diante das incertezas. Em 2024, a China importou 22,13 milhões de toneladas de soja dos EUA e 74,65 milhões de toneladas do Brasil.