Violência contra pessoas em situação de rua cresce quase 50% em Minas Gerais em 2025
gazetadevarginhasi
há 5 horas
2 min de leitura
Reprodução
O número de homicídios contra pessoas em situação de rua aumentou de forma alarmante em Minas Gerais neste ano. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, entre janeiro e setembro de 2025, 40 pessoas foram assassinadas no estado, o que representa um crescimento de quase 50% em comparação com o mesmo período de 2024.
Na capital, Belo Horizonte, o cenário também é grave.
A quantidade de homicídios envolvendo esse público cresceu 43%. Mas a violência não se limita aos assassinatos.
A cidade registrou ainda 56 casos de agressão e 155 de lesão corporal contra pessoas em situação de rua no mesmo período, reforçando um panorama de violência recorrente e sistemática.
No cenário nacional, o canal Disque 100, que recebe denúncias de violações de direitos humanos, contabilizou 724 denúncias envolvendo pessoas em situação de rua entre janeiro e setembro de 2025. Destas, 218 vítimas foram registradas apenas em Belo Horizonte, com relatos que incluem agressões físicas, negligência e outras formas de violência.
Para o pesquisador Cristiano Silva, do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/UFMG), esse crescimento está diretamente relacionado à falta de compreensão sobre a vulnerabilidade desse grupo. “Há muitos casos de violência, inclusive praticada por agentes públicos. Isso mostra como ainda não se reconhece que essas pessoas estão em uma condição extrema de vulnerabilidade”, destacou.
Diante da escalada da violência, o governo de Minas Gerais afirmou, por meio de nota, que vem intensificando ações de apoio à população em situação de rua. Entre as medidas estão capacitação de municípios e repasses financeiros por meio do Piso Mineiro de Assistência Social.
Somente em 2025, os repasses chegaram a quase R$ 131 milhões, valor destinado à manutenção de estruturas como Centros Pop, abrigos, casas de passagem e repúblicas, que oferecem atendimento e acolhimento à população em situação de rua. Ainda assim, os dados mostram que o desafio vai além da assistência social: é necessário também combater a violência e promover políticas públicas que garantam proteção, dignidade e cidadania a esse grupo.
Comentários